segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Lucro da Petrobras sobe 53,4% no 4o tri com ganhos financeiros

(Reportagem de Leila Coimbra e Roberto Samora)

- O lucro da Petrobras no quarto trimestre de 2012 registrou alta de 53,4 por cento ante o mesmo período de 2011 com ganhos financeiros, enquanto a área de Abastecimento, responsável pela venda de combustíveis, continua operando com prejuízo.
A estatal registrou lucro líquido de 7,747 bilhões de reais no quarto trimestre de 2012, acima da expectativa de analistas ouvidos pela Reuters, que esperavam ganhos de 6,1 bilhões de reais em média. Na comparação com o terceiro trimestre, houve um alta de 39 por cento no lucro líquido.
O resultado foi inflado principalmente pelos ganhos com a venda de Notas do Tesouro Nacional e por rendimentos reconhecidos sobre depósitos judiciais, que renderam 2,63 bilhões de reais à estatal nos últimos três meses do ano e provocaram um resultado financeiro líquido de 2,78 bilhões de reais.
Também houve menor pagamento de impostos no período. A estatal desembolsou 942 milhões de reais em Imposto de Renda e Contribuição Social nos últimos três meses de 2012, ante o pagamento de 2,757 bilhões de reais no mesmo período de 2011.
A Petrobras apontou ainda como fatores responsáveis pelo melhor resultado no quarto trimestre o aumento de vendas de gasolina e gás no mercado interno.
O aumento da produção de óleo devido ao início da extração no campo de Baleia Azul, no pré-sal de Campos, também foi apontado como motivo do melhor resultado, além da melhora da eficiência operacional em Campos.
PREJUÍZO NO ABASTECIMENTO
Mas devido à política de preços dos combustíveis no país, a Petrobras registrou um prejuízo de 22,93 bilhões de reais em 2012 na área de Abastecimento, em função da defasagem no mercado interno dos preços dos combustíveis na comparação com o mercado internacional.
A Petrobras foi obrigada a aumentar a importação de derivados, a preços mais altos, para atender a crescente demanda interna.
No ano passado, a Petrobras teve dois aumentos do diesel, de 3,9 por cento e 6 por cento, nos dias 25 de junho e 16 de julho, respectivamente. A gasolina subiu 7,83 por cento, em 25 de junho.
Ainda assim, no quarto trimestre de 2012 as perdas com a venda de combustíveis somaram 5,65 bilhões de reais.
O Ebitda ajustado da Petrobras no quatro trimestre, utilizado como o termômetro operacional da empresa, caiu 15 por cento e somou 11,94 bilhões de reais, contra 14,05 bilhões de reais no mesmo período do ano anterior.
MENOR LUCRO DESDE 2004
No ano de 2012, a empresa obteve lucro líquido consolidado de 21,18 bilhões de reais, queda de 36 por cento ante 2011. É o menor lucro anual da empresa desde 2004.
Em nota, a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, afirmou que a queda anual do lucro ocorreu pelo aumento da importação de derivados a preços mais elevados, pela desvalorização cambial, pelo aumento de despesas extraordinárias como a baixa de poços secos e pelo recuo de 2 por cento na produção de petróleo ante 2011.
"Essa administração reconhece as relevantes dificuldades que se apresentam e vem trabalhando ininterruptamente para superá-las. Após um extenso e detalhado diagnóstico dos nossos problemas operacionais, definimos prioridades e implementamos ações estruturantes de curto e médio prazos para aprimorar os resultados econômico-financeiros da companhia", escreveu Graça Foster, como é chamada, no relatório financeiro da empresa.
PRODUÇÃO MENOR
A estatal sofreu com a queda de produção de petróleo ao longo do ano passado. A produção média da empresa no Brasil ficou em 1,98 milhão de barris por dia em 2012, volume 2 por cento menor que a média do ano anterior, de 2,022 milhões de barris/dia.
"A produção de petróleo e gás natural reduziu em função do maior número de perdas operacionais e da interrupção em Frade, compensados, em parte, pela entrada em produção de novos poços e pela melhoria dos níveis de eficiência operacional na bacia de Campos", justificou a estatal em comunicado.
Paradas não programadas de produção das suas plataformas, queda de produtividade da bacia de Campos e a interrupção da produção em Frade afetaram a estatal.
No mês de setembro a extração média de petróleo da empresa atingiu o menor volume desde 2008, em 1,843 milhão de barris/dia, mas se recuperou ligeiramente no trimestre seguinte.

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